- A atualização Taproot do Bitcoin vai aumentar a segurança e permitir uma maior escalabilidade da blockchain do BTC;
- A ativação da atualização Taproot foi no dia 14/11/2021, por volta das 2am do horário de brasília, no bloco 709.632 do Bitcoin;
- A Taproot é um passo a mais para a criação de plataformas DeFi baseadas no Bitcoin, por meio de camadas superiores (layer 2).
Mas afinal, o que é Taproot? Como um todo, a atualização Taproot é uma combinação de diversas propostas de melhorias para a rede do Bitcoin. Pode-se dividir a atualização Taproot em três partes: Taproot, Schnorr Signatures e Tapscript. Essas partes se completam e uma afeta a outra.
Parte 1 da atualização Taproot: Assinaturas Schnorr
As assinaturas Schnorr trazem mais segurança, taxas de transações mais baratas e flexibilização de transações multiassinaturas. Tudo isso é alcançado das seguintes formas:
- SigHash: Uma hash de assinatura é aplicada às transações, fazendo com que as informações das transações se tornem imutáveis. Se alguma informação for modificada, a transação perde a validade. Antigamente algumas pequenas informações podiam ser modificadas sem que a transação perdesse sua validade.
- Agregação de Chaves e Assinaturas: Permite que as chaves públicas e as assinaturas sejam agregadas. Isto significa que se você tiver uma transação com 10 pessoas, anteriormente você precisaria de 10 chaves públicas, 10 assinaturas e um verificador teria que verificar cada chave e assinatura. Com a agregação de chaves e assinaturas, podemos transformar todas as 10 chaves públicas em uma chave, e todas as 10 assinaturas, em uma assinatura. O verificador agora só tem que fazer isso uma vez, ao invés de 10 vezes. Com isso, há uma grande economia processamento computacional.
- Melhoria na segurança: Mais privacidade é alcançada por causa do processo de agregação, já que não será possível diferenciar as transações multiassinatura das transações de uma assinatura.
- Verificação em blocos: Essa capacidade é acrescentada a partir da agregação mencionada acima, pois agora é possível “lotear” várias transações, para verificá-las em conjunto, ao invés de uma de cada vez. Basicamente é uma verificação em lotes que tem como consequência menos recursos sendo gastos.
Parte 2 da atualização Taproot: Taproot
Apesar do nome da atualização ser Taproot, ela é “apenas” uma parte dessa atualização. Entretanto, essa é a parte mais importante, afinal, ela que integra todo o update com o sistema antigo do Bitcoin. Basicamente, essa parte da atualização trouxe:
- Atualização do Bitcoin Script: Permitindo que a linguagem Bitcoin Script utilize assinaturas Schnorr e integre a Merkelized Alternative Script Trees (MAST).
- Pay-To-Taproot (P2TR): Dá a liberdade de escolha entre as assinaturas Schnorr ou a MAST.
A MAST resume os possíveis scripts que são necessários para desbloquear um bitcoin, em vez de exigir todos os scripts possíveis para a transação. O hash de um único script fornecido pela MAST representa vários scripts. Para gastar um bitcoin, você só precisa fornecer seu script, e fornecer prova de que seu script é mantido na raiz da MAST. Anteriormente, era necessário muito mais scripts e maior verificação.
Parte 3 da atualização Taproot: Tapscript
Tapscript é uma coleção de “opcodes”, que são basicamente linhas de códigos que executam comandos no protocolo do Bitcoin. Com o update do Tapscript, as mudanças trazidas pela atualização Taproot puderam ser instaladas no protocolo, pois foi retirada a limitação existente do Bitcoin Script.
Anteriormente havia um limite de tamanho de 10.000 bytes para um Bitcoin Script. Esse limite foi removido, permitindo scripts e contratos maiores. Isso também remove o limite dos “opcodes”, permitindo mais flexibilidade para adição novas funções no futuro.
A remoção dessas limitações abre um caminho muito mais fácil para a criação de smart contracts no Bitcoin, assim como há no Ethereum.
Conclusão
A segurança e a descentralização é parte intrínseca do Bitcoin. Ao longo do tempo o Bitcoin vem sido desenvolvido de uma forma mais conservadora em relação a outros protocolos. A comunidade e os desenvolvedores do Bitcoin preferem garantir a segurança e a imutabilidade da rede antes de avançarem com grandes atualizações.
Demais protocolos já trabalham de uma forma diferente. Atualmente existem centenas de blockchains mais rápidas e com diversas funcionalidades a mais que o Bitcoin. Entretanto, a segurança e a descentralização desses protocolos são sempre motivos de questionamentos.
Com isso, é comum ver comentários de que o Bitcoin tenha ficado para trás e será superado por outras blockchains como o Ethereum. Com a atualização Taproot, o Bitcoin dá um grande passo neste quesito, abrindo portas para criação de novas camadas na rede que possam rivalizar com o Ethereum.
Assim como temos as transações super rápidas de BTC com a camada da Lightning Network, é possível que no futuro também tenhamos plataformas DeFi rodando no Bitcoin à todo vapor.
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