O preço do Bitcoin explodiu na Argentina depois que o presidente Mauricio Macri anunciou que restabeleceria as restrições à compra de moeda estrangeira.
O Bitcoin está sendo negociado US$ 1.200 acima do preço médio mundial na exchange Buenbit, sediada em Buenos Aires. Logo após o presidente Maurício Macri anunciar o restabelecimento das restrições o preço explodiu para US$ 12.750 por BTC, um valor US$ 2.250 acima da média mundial.
Implementadas na segunda-feira, 2 de setembro, as restrições proíbem que os argentinos comprem mais de US$ 10 mil por mês de moedas estrangeiras sem autorização expressa do banco central, informou o Washington Post.
O anúncio da medida surpresa de Macri – que pretendia reduzir a venda de reservas em moeda estrangeira e restaurar o valor do peso argentino (atualmente negociando em um recorde de baixa em relação ao dólar) – coincidiu precisamente com o início de um rali de três dias, que elevou o preço do Bitcoin de 600 mil ARS (US$ 10.750) para mais de 712 mil ARS (US$ 12.750).
Bitcoin, o porto seguro das crises?
O rali marca a segunda vez em um mês em que Bitcoin surgiu diante dos males econômicos na Argentina, seguindo o rastro de um choque em meados de agosto que fez o Peso cair mais de 15% em relação ao dólar.
Uma crise monetária colocou a economia da Argentina em uma crise à beira da inadimplência. A Bloomberg informa que o país pode esgotar todos os US$ 15 bilhões de suas reservas externas em poucas semanas.
Considerando o impacto que a Bitcoin pode ter sobre esses controles monetários, será interessante ver se as trocas de criptomoedas da Argentina continuarão fora do alcance do governo de Macri. Com Bitcoin atuando como uma proteção cada vez mais popular contra o colapso iminente do peso, parece improvável que as bolsas de valores permaneçam ilesas.