Foram necessários 40 anos para que 30% dos habitantes de El Salvador conseguissem ter uma conta bancária, mas apenas 10 dias para que cerca de 20% deles conseguissem uma carteira de bitcoin através da Chivo, a carteira oficial do país.
“1,1 milhões de salvadorenhos já usam a carteira Chivo (e ainda não há compatibilidade [da carteira] com nem 65% dos modelos de telefone)”, disse Nayib Bukele, presidente de El Salvador, antes de acrescentar:
“Parece que em 1 mês conseguiremos ‘bancarizar’ mais pessoas do que em 40 anos de nacionalizações e privatizações de bancos tradicionais”.
Estima-se que 70% da população de El Salvador não tenha uma conta bancária. O Bitcoin é uma forma de aumentar o acesso a economia, dando as pessoas a oportunidade de contornar o sistema de agências bancárias para dar uma salto direto para a economia digital.
Todo habitante que baixa a carteira Chivo, a carteira oficial do governo de El Salvador, ganha US$ 30 em Bitcoin. A Chivo utiliza a tecnologia de segunda camada do Bitcoin chamada Lightning Network, que faz as transações serem ultra rápidas e efetivamente gratuitas.
Portanto, os salvadorenhos no exterior podem agora enviar dinheiro de volta imediata e diretamente para casa sem passar por nenhum intermediário e sem pagar nenhuma taxa.
Na outra ponta, o receptor pode optar por converter instantaneamente o Bitcoin em dólares, ou vice-versa, sendo o dólar americano a outra moeda com curso legal no país além do Bitcoin.
Isso não só deve aumentar a economia, mas também pode aumentar o PIB de El Salvador, já que grande parte do PIB do país é proveniente de remessas internacionais. Agora o que teria ido em taxas para bancos, ao invés disso, irá para El Salvador.
Estima-se que se possa economizar 400 milhões de dólares, o que pode ter efeitos de segunda e terceira ordem à medida que esse dinheiro vai para a economia.
O número de usuários mais do que dobrou em relação a dois dias atrás, quando era de 500.000, com isto potencialmente continuando até pelo menos quatro milhões como Bitcoin agora é moeda corrente no país. Assim, revertendo a condição da população que antes não tinha acesso a bancos e serviços financeiros.